sábado, 5 de novembro de 2011

VAGA VIVA dos Manguinhos

um dia VIVO num lugar FRIO...


Na terça (01/11) logo de manhã cedinho recebi um vídeo pelo facebook cujo título é: "A praça é de quem?" Assim que assisti, pensei: "Preciso falar com Lucio e uma galera das Graças que estavam afim de fazer uma Vaga Viva nessa praça..." Pois é. O vídeo foi apenas o estopim, mas a ideia de uma Vaga Viva na praça São José dos Manguinhos já vem sendo pensada desde o fim de setembro. Com armas poderosíssimas, as redes sociais, começou uma divulgação maciça do vídeo, os carros já não estacionavam no entorno da praça e, por volta das 17:30, a Prefeitura da Cidade do Recife fez uma intervenção que piorou ainda mais a situação da praça, instalando banco (até aí tudo bem), jarro (se não fossem tão feios e com plantas mortas seriam legais) e GELO-BAIANO (piada né?).

Fotos da praça no dia 01/11 às 19:39. O cheiro de tinta era insuportável.
Diz aí?! Que praça bonita, né?! Não pode mesmo isso ficar assim. É um absurdo! De acordo com palavras do Sr. Prefeito em uma entrevista para telejornal local, essa foi uma medida emergencial e que leva 20 dias para fazer e realizar o projeto de revitalização e acessibilidade da praça. Vamos esperar né?!

Mas antes de acabar o prazo estabelecido, a gente fez valer o direito DAS PESSOAS usarem a rua e a praça, já que os espaços públicos são feitos para PESSOAS e não para LATAS, opss, carros. Então às 7:00 (pontualmente) eu e Lucio chegamos na VAGA. 7:01 chegou Indra, para comprovar nossa pontualidade! Hehehehe...

Primeira tarefa do dia: DESCARREGAR LUISA.. Saca só como tava a garota...
carga = 5 cones, 1 bola, 1 bandeira, 1 mochila, 2 cadeiras, 5 livros, 2 almofadas, 2 cordas
Cones, bicicletas, livros, mesas, bola, cordas e PESSOAS. Isso chamava atenção das pessoas que começavam a passar para comprar pão ou ir trabalhar. As pessoas iam chegando na Vaga Viva, uns para ajudar, outros para perguntar "o que é isso?", outros só aplaudiam. Tá, é verdade que durante o dia, principalmente quando a porta da Casa dos Frios (uma empresa que vende o melhor bolo de rolo do mundo e outras coisinhas - e TINHA ADOTADO a praça que era o estacionamento do estabelecimento) abria nós ouvíamos um "isso é palhaçada", "coisa de quem não tem o que fazer". Hahaha, eu só sorria das caras espantadas nos olhando através dos vidros FRIOS daquele ambiente chique!

O tempo passava... Gente chegava... Gente ia trabalhar/resolver as coisas... As atividades da Vaga Viva começavam a fluir sem nenhum stress... Entrevistas, leitura, banho de sol, jogo de bola.. Foi uma paz só! E essa paz era somada com a alegria do Papai Noel CICLISTA/PATINADOR do Senegal! Hahahaha!!! 

Nosso amigo Renato mais uma vez surpreendeu com um dos seus personagens. Esse cara não tem jeito. Ou tem jeito demais pra coisa, sei lá! Sei que toda hora era uma palhaçada diferente. Fez a alegria de todos. Das crianças aos velhinhos. Fui até a rena desse Papai Noel. Até quero pedir desculpas pela carreira desenfreada que resultou numa queda de bunda E DE LEVE do bom velhinho. Espero que ele não esteja tão chateado (e doído) para eu receber meu presente de natal. Falando em presente, muita gente pediu UMA PRAÇA SEM GELO-BAIANO. Isso tá na moda é?! EU TAMBÉM QUERO!!! =)))

Papai Noel do Senegal na VAGA VIVA

A hora aproximava do meio dia, tomávamos algumas cervejas e nosso PLÁ de Recife/Buenos Aires, Javier, mandou essa... http://www.facebook.com/photo.php?v=2601458636497

Tem também esse outro vídeo...

12:00... 13:00... 14:00... Hora de almoçar né?! Logo demos utilidade ao gelo-baiano somado com vários papelões que um caminhão de cerveja jogou no meio da praça como se fosse um enorme lixão. Essa combinação resultou numa mesa de jogos (para o dominó) e de jantar (para o almoço).

Foto do DP. Enquanto comíamos, um caminhão pára irregularmente para fazer descarga.
A noite começava a chegar para aliviar o sol de carnaval que já atinge Recife como no Galo da Madrugada. Tá sem noção esse calor. Junto com a noite, veio o cansaço, a vontade de tomar banho e outras coisas que poderiam fazer com que a gente desarrumasse tudo e voltasse pra casa. Mas diz o ditado popular: "Quem tem amigo não sofre!" Arrumamos logo uma casa pra tomar banho (muito obrigado Javier e família pela disposição e atenção eterna com a gente) e além disso, tava chegando +AMIGOS. Não tinha nem como ir embora.

19 horas e UMA SALVA DE PALMAS... Faziam exatas 12 horas que levávamos VIDA para aquele cantinho da cidade.
Piratão segurando a placa das 12 horas!
A meta mínima tava cumprida. Mas quem disse que dava vontade de ir embora. E sabe porque a gente não sente vontade de ir embora?! Então assiste esse próximo vídeo...


22:00... A vontade de permanecer era grande, mas a vontade de ir pra casa começava a vencer essa luta. Ainda potencializada pelo fechamento do estabelecimento "adotador" de praças-estacionamentos. Finalmente nos juntávamos pela última vez na Vaga Viva após ter arrumado tudo, juntado todo o lixo. Foi a adoção por 15 HORAS E 21 MINUTOS que a praça São José dos Manguinhos merecia sempre!


Sem nenhuma eventualidade, a VAGA VIVA aconteceu e trouxe para moradores e quem passava na região uma PAZ e uma realidade que anda perdida por aí, A CONVIVÊNCIA ENTRE PESSOAS. Nós estamos conseguindo resgatar a nossa E VOCÊ?! =)))


+ fotos da Vaga Viva:



+ vídeos da Vaga Viva:



+ Vaga Viva na mídia:





Fé em Deus e força no pedal!

4 comentários:

  1. Massa! Excelente o protesto!

    Só não entendi o vídeo das risadas. Se elas foram causadas pelo que eu estou pensando, isso desmoraliza o movimento... Espero que não seja.

    No mais, Parabéns pela ousadia e coragem em fazer acontecer.

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  2. Rapaz, seja lá o que você esteja pensando, PENSOU ERRADO... As risadas foram dadas às 21horas quando todos estavam cansados e FELIZES... O nosso amigo Lucio com sua risada TOMBADA nos levou às gargalhadas... Já vi que o Anônimo não conhece essa risada, mas vou tentar pegar uma desde o começo!!!

    No mais é isso... obrigado!!!

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  3. Super Parabens, pela iniciativa, pela proposta, pelo empenho, pela contribuição. Esse prefeito deve estar muito envergonhado com a solução adotada. Que absurdo.! Gisleine M. Philot - terapeuta ocupacional

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